A oração do crente

A oração do que crente é uma oração prevalecente e bem-sucedida.

Octavius Winslow

4/26/20253 min read

A oração do crente é uma oração prevalecente e bem-sucedida.
Ela assalta o reino dos céus com santa violência e o conquista como por uma tempestade. Crê que Deus possui tanto o coração quanto o braço — tanto o amor que O move quanto o poder que O capacita — para fazer tudo e conceder tudo o que Seu filho suplicante Lhe pede. Podemos mencionar alguns dos atributos da oração que crê:

É uma oração verdadeira, porque é a expressão de uma necessidade. Ela brota da percepção da necessidade da misericórdia que busca.
É uma oração sincera, jorrando de uma alma treinada no conhecimento de sua profunda pobreza e carência.

Oh, quanto se apresenta como oração verdadeira que, na realidade, não é oração! Não é o respirar da alma, nem a linguagem do coração, nem a expressão de uma necessidade. Não há verdadeira aproximação de Deus, nem sede de Cristo, nem desejo de santidade. Se Deus concedesse aquilo que foi pedido de forma tão descuidada e insensível, o indivíduo seria pego de surpresa.

A oração da fé é importuna e perseverante. Não aceita uma recusa. Não se conforma com uma negativa. Assim, Jacó lutou com o Anjo da aliança até prevalecer, dizendo:

“Não te deixarei ir se não me abençoares” (Gênesis 32:26).

A mulher cananeia também não soltou o Salvador enquanto não recebeu o que pedia, dizendo:

“Se sou um cão, satisfaze-me com as migalhas.”

Do mesmo modo, o homem que assediou a casa do amigo à meia-noite em busca de pão, e não se afastou até obtê-lo, e a viúva oprimida que buscou justiça diante do juiz injusto e relutante até que ele a atendeu, ilustram a natureza da oração intensa e perseverante que prevalece diante de Deus e alcança a bênção.

A oração que crê é humilde.
Quão prostrado no pó fica o verdadeiro suplicante importuno diante de Deus!
Não há leviandade irreverente nem liberdade profana nos exemplos de oração fervorosa que citamos. Não há irreverência na atitude, nem familiaridade nas palavras, nem um precipitar-se na presença santa de Deus como se Ele fosse nosso igual; pelo contrário, há um senso vívido e respeitoso da presença divina, um profundo espírito de humilhação que parece dizer:

“Quão terrível é este lugar! Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho sobre a minha boca” (Jó 40:4).

Oh, como é humilde o coração do qual se eleva o incenso da oração que crê! Como se sente indigno até da menor de todas as misericórdias do Senhor e incapaz de ser um canal de graça para outros! Com que temor permanece prostrado no lugar onde Deus, o Deus Triúno, está passando!

“Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus, porque Deus está nos céus e tu estás sobre a terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras” (Eclesiastes 5:2).

A submissão é outro atributo da oração da fé.
O seu mais amplo pedido é limitado e o seu mais profundo fervor é moderado pela submissão à vontade divina. Não presume ditar ordens a Deus, nem aconselhá-Lo. Deixa com Ele o modo, o tempo e o meio de resposta às suas petições.
Talvez, treinada na escola das amargas decepções, aprendeu a enxergar tanto amor no coração de Deus ao reter quanto ao conceder, e tanto sabedoria no atraso quanto na pronta concessão da bênção. E, reconhecendo que os atrasos na resposta à oração não são negativas, o que crê não se apressa em antecipar a mente divina ou em precipitar-se à frente da bênção.

“Seja feita a tua vontade, e não a minha”, é sempre o clamor dos lábios da fé.

Ainda mais, o atributo supremo da oração que crê é que ela é apresentada em nome de Jesus.
Assim como a vida vem de Deus por meio de Cristo, é também através de Cristo que a vida volta para Deus em oração.
Ela se aproxima da majestade divina pelo "novo e vivo caminho", tendo como seu argumento poderoso e único motivo prevalecente o sangue expiatório de Jesus. Este é o fundamento de sua ousadia, esta é a razão de sua proximidade e o segredo de seu poder e sucesso:

“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14:13).